O ditado “não julgue o livro pela capa” não funciona muito bem comigo, pelo ao menos não em sua literalidade. Quando eu vi Eleanor & Park pela primeira vez em uma livraria, eu sabia que precisava lê-lo, isso sem ao menos saber do que se tratava. Porém ele estava com um preço bem salgadinho, então decidi iniciar um desbravamento na internet à procura de um preço que coubesse em meu bolso. Bem, não foi no mesmo dia que encontrei, mas eu não desisti — afinal brasileiro não desiste nunca! — continuei pesquisando, e alguns meses depois eu estava com o livro em mãos. Aí chegou o medo, semanas de procuras e uma fixação em encontrar um bom preço e nenhuma resenha lida para ao menos eu ter uma ideia do que o livro falava. Deixando o receio de lado eu iniciei a leitura e em poucas horas e com muitos post-its usados, Eleanor & Park se tornou um dos livros preferidos da minha vida. Mas vamos lá conhecer um pouco da história.
O livro vai contar a história de dois adolescentes de dezesseis anos que se conhecem dentro do ônibus da escola. Ele é descendente de coreanos, com olhos puxadinhos verdes e o cabelo bem escuro. Ela é uma ruiva com os cabelos cacheados alvoroçados, gordinha e com roupas um tanto esquisitas. Park não é popular, mas também não é um “zoado” e prefere continuar assim. Já Eleanor, sofre bullying desde o momento que pisa no ônibus da escola. Sem lugar para sentar — já que os lugares eram marcados — e com uma cara de que começaria chorar a qualquer momento, Park chega para o canto e a deixa sentar ao seu lado, mas faz questão de ser grosseiro para mostrar que não estava afim de fazer amizade com ela.
“Park não conseguia pensar numa forma de se livrar dela no ônibus. Ou de si mesmo. Então, colocou os fones de ouvido antes que Eleanor se sentasse e aumentou o volume. Por sorte, ela nem tentou conversar com ele.”
E durante alguns dias eles não têm a menor vontade de trocar sequer uma palavra, até que Park percebe Eleanor acompanhando, de modo disfarçado, a leitura de seu gibi. Ainda sem dizer nada, ele passa a abrir mais o gibi e a virar a página mais lentamente.
“Quando Eleanor entrou no ônibus à tarde, o mestiço abriu o gibi do Watchmen bem onde haviam parado.Ainda estavam lendo quando chegaram ao ponto em que ela descia. Havia tanta coisa acontecendo, os dois ficavam vidrados em cada quadrinho por, tipo, minutos inteiros, e, assim que ela se levantou para sair, ele lhe entregou o gibi.”
A partir daí a história dos dois começa a se desenvolver, Park se permite enxergar Eleanor de outro modo, passa a emprestar gibis, dividem o fone de ouvido, até que uma amizade é desenvolvida e o primeiro amor é descoberto.
“Ou talvez, pensou ele mais tarde, ele não reconhecesse todas as outras garotas. Do mesmo jeito que um computador cospe fora um disquete se não lhe reconhecer o formato.Quando tocou a mão de Eleanor, ele a reconheceu. Ele soube.”
Por mais que o livro traga um romance fofinho, ele também vai trazer assuntos importantíssimos e com alta carga dramática, como bullying, problemas familiares, pobreza, violência contra a mulher, violência sexual, enfim, não pense que é mais um romance água com açúcar porque Eleanor & Park não é superficial, e talvez por isso muitas pessoas têm problema de aceitar como ele foi encerrado.
“Não existem príncipes encantados, pensou ela. Não existem finais felizes. Ela olhou para Park. Dentro dos olhos verdes dele. Você salvou minha vida, ela tentou dizer. Não para sempre, não definitivamente. Provavelmente, só por certo tempo. Mas salvou minha vida, e agora eu sou sua. O que sou agora é seu. Para sempre.”
A história é dividida em pontos de vistas de Eleanor e de Park com muitas referências aos anos 80, até mesmo porque se passa em 1986. Rainbow Rowell tem uma escrita incrível! Seus diálogos são simplesmente maravilhosos. E por mais que alguns não tenham amado o livro como amei, é impossível não concordar que a história é envolvente.
“— Eu te amo.Ela olhou para ele, os olhos negros e brilhantes, depois desviou o olhar.— Eu sei — disse.[…]— Você sabe? — ele repetiu. Ela sorriu, então ele a beijou. — Você não é o Han Solo desse relacionamento, viu?— Eu sou totalmente o Han Solo.”
Como disse no início, Eleanor & Park me conquistou e se tornou um dos livros queridinhos da vida. Se você ainda não conhece Rainbow Rowell, esse é o livro ideal para conhecê-la. Os personagens são bem construídos e a trama é tão envolvente que até dói quando terminamos a leitura.
Avaliação:
Ficha Técnica:
Título: Eleanor & Park
Autor: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Páginas: 325
Rainbow Rowell é meu amorzinho <3
ResponderExcluirJá li Eleanor & Park, Anexos e Ligações. E estou aguardando promoções para adquirir os outros.
Até o momento meu preferido é Anexos *---* gostei muito de Eleanor & Park, só Ligações que não me conquistou muito...