Confesso que quando peguei o livro “A Seleção”, da Kiera Cass, para ler, foi simplesmente pela capa. Foi só quando descobri do que se tratava que eu devorei mesmo, inclusive li os dois últimos — “A Elite” e “A Escolha” — no mesmo dia, desesperadamente. Então, assim que eu soube de “A Sereia”, também fiquei desesperada para ler logo. Afinal, Kiera Cass me conquistou com sua escrita.
O livro narra a história de Kahlen, que deveria estar morta há 80 anos, devido a um “naufrágio” que o navio de sua família sofreu. Porém a sua salvação veio com uma sentença, ela se tornaria serva da Água, e sempre que esta estivesse com fome, Kahlen e suas novas irmãs sereias deveriam cantar e sua voz mortal lhes traria os humanos para a Água “devorar”.
Acontece que Kahlen nunca se acostumou com sua nova vida, mesmo que tenham se passado 80 anos de servidão, tirar vidas ainda lhe causa inúmeros pesadelos e muito remorso. Tanto que ela adquiriu o hábito de anotar o nome das vítimas e depois pesquisar sobre suas vidas. Onde, dentro dessa rotina na biblioteca, ela conhece Akinli. E por mais que Kahlen nunca tenha se dado a chance de viver normalmente, ele a faz se sentir diferente, quase que humana novamente
“Era atemporal e temporário, válido e inconsequente. E pude fazer parte disso. Queria viver daquele jeito o tempo todo!”
Só que nesse nessa possibilidade de um romance almejado por Kahlen, há um problema, a Água não aceita mães ou esposas, por ser muito arriscado aos humanos terem uma sereia em seu convívio e por Ela querer total devoção.
“Uma menina misteriosa. O garoto de seus sonhos. A Água entre eles.”
Kiera mandou muito bem — como sempre — no quesito de personagens. Eu achei Kahlen um pouquinho chatinha, mas confesso que quase sempre tenho problemas com as personagens principais. No entanto, o que eu achei mais interessante foi a Água ser uma personagem. Ela é quase como uma mãe para as Sereias, cuida delas, dá carinho, as ama, mas também as prende na sentença de 100 anos, e pune severamente, caso não seja obedecida de algum jeito. Dependendo da gravidade, a sentença é a morte.
“Parte mãe, parte carcereira, parte chefe... Era uma relação difícil de explicar.”
Apesar de Akinli ser um fofo, não achei muita química entre ele e Kahlen. Não foi aquele romance que nos faz sonhar acordada não, foi fofo, mas nada arrebatador. Para os fãs de Kiera, não chega perto de América e Maxon.
Entendo que “A Sereia” é um livro único, então é difícil comparar com uma série como “A Seleção”, mas ainda assim insisto que a autora deixou um pouco a desejar.
No mais, o livro traz uma leitura muito gostosa e não vai tratar somente de romance, mas também de amor fraternal, amor próprio e também de amizade. Não chega perto de ser o melhor livro de Kiera, mas se você quiser uma narrativa leve para distrair, pode apostar nesse aqui. Por outro lado, se não gosta de clichês e tramas previsíveis, passe bem longe dele!
“Não conhecia nenhuma expressão mais forte que “alma gêmea”, que desse a entender a sensação de estar tão unido a alguém que é difícil dizer onde termina essa pessoa e onde você começa. Se essa expressão existisse, pertencia a Akinli e a mim.”
Avaliação:
Ficha Técnica
Título: A Sereia
Autor: Kiera Cass
Editora: Seguinte
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