Pular para o conteúdo principal

Encarcerados - Resenha


Hey galera! Vamos falar um pouquinho sobre duas coisas que eu amo: sci-fi e casos policiais! Encarcerados é um daqueles livros que me conquistaram pela capa. Primeiramente, a arte que ao mesmo tempo em que é simples, é muito linda! Em segundo lugar, há o nome de John Scalzi estampado nela e eu já conhecia o excelente trabalho do autor em "A Guerra do Velho" — e que eu vou trazer esse aqui também, daqui uns tempos. Me acompanhem em Encarcerados!

Quando eu comecei a ler o livro, acabei por cometer um pequeno erro: embarquei na narrativa com a ideia de "A Guerra do Velho" em mente, esperando apenas sci-fi, mas então eu me deparei com um caso policial na história e achei que então seria um livro policial. Só depois entendi que, na verdade, Encarcerados não é só um livro de ficção científica, mas também não é um livro só policial. O livro é um caso policial no meio de um cenário totalmente sci-fi e junta essas duas das minhas maiores paixões literárias. Confesso que bateu até uma emoção quando percebi isso. E, na verdade, estava o tempo todo estampado na capa, marcado com uma mão robótica, segurando uma pistola! Mas confesso que não percebi de cara.

O título do livro vem da sequela gerada pelo Haden — uma doença causada por um vírus e que acomete uma grande parte de todo o mundo, onde há três possíveis destinos reservados para quem é infectado. O primeiro é a morte, o segundo é um estágio maior de desenvolvimento de algumas capacidades cerebrais e o terceiro é o encarceramento, onde o indivíduo perde todos os movimentos, mas continua com a consciência perfeitamente ativa e fica preso — encarcerado — no próprio corpo.

Para resolver a questão do encarceramento, o governo cria um programa para os Hadens, onde desenvolvem robôs, chamados de C3 — que eu não pude deixar de fazer uma analogia com o C3PO — e que, após um implante de um equipamento, as pessoas encarceradas conseguem transferir suas consciências para os androides e assim utiliza-los para viver.

Os C3, embora ainda estejam sendo aprimorados, já possuem sensores que permitem a sensação de tato e também uma modulação de voz, além de altos recursos tecnológicos.

Daí você pensa que isso é muito legal, certo?! Mas e então, se um encarcerado possui uma má índole e está controlando um robô, que pode quebrar, mas não morre, e resolve fazer algo de ruim?! Pois é, não existe apenas o lado bom nessa solução e Scalzi colocará o leitor diante de ambos os lados, de quem é a favor e de quem é contra toda essa questão social, política e capitalista, mas sem incitar um lado como correto. Isso caberá ao leitor ponderar e escolher. E isso ficou excelente! Uma jogada de mestre.

Além da questão de segurança, a história vai abordar muitos outros pontos polêmicos, como a possibilidade de as pessoas serem quem elas quiserem, sobre convívio social, discriminação de minorias e tantos outros assuntos muito reais no nosso próprio mundo — cumprindo toda a função de um ótimo livro de ficção científica.

Os personagens são muito bem construídos, desde nosso protagonista Chris Shane — não sei o motivo, mas eu achava que ele era uma garota até quase metade do livro —, que é um encarcerado, rico, e agente do FBI, até outros personagens que só vivem no mundo virtual da Ágora — um espaço virtual para Hadens que não querem usar C3 e apenas vivem virtualmente, além de seus corpos imóveis, aos cuidados em algum local. Mas um destaque vai para Vann — parceira de Chris, no FBI —, que foi uma das minhas personagens favoritas, e que vai conquistar qualquer um!

O vilão principal não é tão grandioso e sua motivação não é exagerada, como muitas vezes é esperado em livros desse gênero. Mas acredito que toda a jornada para o desfecho da situação é que vale muito a pena e nos traz grandes reflexões sobre tudo o que vivemos e até onde isso pode chegar.

O caso policial, que perdura também até o fechamento do livro, é essencial para prender o leitor, na necessidade de desvendar o que realmente aconteceu e quem está por trás de tudo.

Um ótimo caso policial em um super ambiente sci-fi. Uma experiência única e um dos melhores livros que já li este ano, por isso acredito que você também deveria ler!

Avaliação:

Ficha Técnica
Título: Encarcerados
Autor: John Scalzi
Editora: Aleph
Páginas: 328

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Editora Sextante e Arqueiro - Evento

Encontro com Livreiros e Blogueiros - Editora Sextante e Arqueiro Quem é parceiro da Editora sabe que todos os eventos ou encontros realizados por eles são maravilhosos. Gosto muito da equipe, pois são pessoas que sabem ser divertidos, atenciosos e profissionais aos mesmo tempo, e adorei conhecer os donos e sua mãe (fofa d+). Todos são apaixonados por livros, assim como nós e é maravilhoso poder ver o carinho e dedicação que faz com que essas obras cheguem em nossas mãos. O evento começou com um bate-papo com Vladimir Netto , autor do livro Lava Jato . Vladimir é um repórter investigativo, e quando se deparou com a operação Lava Jato percebeu que essa seria diferente. O intuito do livro é contar os detalhes e bastidores da investigação. Para isso, ele realizou entrevistas com os dois lados, os acusadores e acusados. Gostei muito do bate papo com o autor, ele é uma pessoa divertida e irreverente, contou algumas situações de suas entrevistas durante a escrita do livro e mom...

Entre Nós – Resenha

Oi gente! Tudo certinho? Hoje, rufem os tambores / o / o  / acreditem se quiserem, eu (Priscila) estou escrevendo a minha primeira resenha desde que comecei a fazer parte das Fadas Literárias, apesar de já estar algum tempo esta escrevendo sobre as cabines de imprensa dos mais variados filmes, e para a minha imensa alegria estou iniciando por um livro que conheci em um evento literário em 2015, diretamente pelas mãos da autora Cátia Mourão que  ao relatar a história me fez imediatamente virar fã de carteirinha, em parceria com a Aliança de Blogueiros do RJ . Então, Entre Nós é o primeiro livro da série Mais Além da Escuridão , dos escritores Jonathan Souza e Cátia Mourão . Sou um pouquinho suspeita ao abordar o tema vampiros, pois desde que me entendo por gente e principalmente pelo filme/livro entrevista com vampiros da querida Anne Rice tenho uma paixonite/amor platônico por esse gênero e sim grito mesmo aos sete cantos do universo o quanto sou envolvida c...